O CANTO DO VOLUNTÁRIO
(Poema composto em homenagem ao “Comitê Central da Resistência”
e a todos os patriotas da Legalidade, em 1961)
I
Ainda molhada em sangue
De manobras de conquista
Pesada destra golpista
Quer por a pátria no chão.
Mas desde os pampas ao Acre
Para fúria dos algozes
Que se ergam milhões de vozes
Salvando a Constituição!
Jamais a terra de Osório
De Patrocínio e de Andrade
Ficará sem fazer nada
Tendo o Direito na mão;
Pois até as matas sombrias,
Até as cachoeiras distantes
Saltam brados triunfantes
Salvando a Constituição!
II
Antigamente os vendilhões inglórios
Traíam lá nos campos de batalhas...
Mas hoje os traidores, mais canalhas,
Negociam a Pátria em escritórios!
Quando a injustiça transbordou nas taças
E o povo se irmanou à Liberdade
O instinto popular ganhou as praças
Com os VOLUNTÁRIOS DA LEGALIDADE.
Foco de luz de idéias vicejantes
Arrasando a estrutura de um passado,
És o terror das classes dominantes
E a Estrela-Vésper do dever sagrado.
Darás têmpera de aço às raças mil
Para vencermos a opressão colérica!...
Deste ponto pequeno do Brasil
A nossa luta há de ressoar na América!
Na orquestração da Pátria, alvissareira,
Marcharemos num só, da terra aos céus,
Cantando a Marselhesa brasileira
Com a Espada do Direito e a Cruz de Deus.
A tua luta é a minha e a nossa,
É a bandeira legal que agora se espelhas;
E serei teu soldado enquanto possa
Me rastejar nas últimas batalhas.
Não deixaremos que o Brasil ridente
Seja manchada a honra e a integridade,
Que o CORPO VOLUNTÁRIO é – tempestade –
Varrendo a servidão do Continente.
Jovens, homens riograndenses,
Escrevamos com vitória
Nova folha para a história
Da popular decisão.
Salvemos a honra e o nome
Do Brasil, contra os funestos;
Com atos e com protestos
Aos pés da Constituição!!!
Oracy Dornelles – Santiago –RG do Sul - 28 agosto 1961
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